CEO da B3 gera polêmica sobre exchanges de criptomoedas; mercado lamenta as declarações

Responsável pela maior exchange do Brasil lamentou a desinformação transmitida pelo presidente da empresa.

Gilson Finkelsztain, CEO da B3, bolsa de valores oficial do país, fez declarações no mínimo polêmicas a respeito das exchanges de criptomoedas, bem como do cenário regulatório brasileiro.

Em entrevista realizada ao portal Seu Dinheiro, Finkelsztain nega que as exchanges façam um trabalho parecido com o de uma bolsa de valores tradicional e regulada. O custo de operação seria maior e, por não haver regulação, os riscos envolvidos seriam maiores, também.

Ameaça

Finkelsztain foi questionado a respeito de a tecnologia das criptomoedas ameaçar a dominância de mercado da B3. Contudo, o CEO parece estar tranquilo com relação a isso. Afinal, os tokens tradicionais já podem ser negociados digitalmente, em plataformas regulamentadas.

Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin, maior exchange de criptomoedas do Brasil, publicou em seu LinkedIn uma nota de insatisfação a respeito da declaração de seu ex-colega:

“(…)Vi o Gilson Finkelsztain, CEO da bolsa, com quem trabalhei por mais de 5 anos e sei bem que só se expõe quando se vê sob risco, sair do silêncio do seu monopólio de 80% da Ebitda para atacar o ecossistema cripto mais uma vez.”

Além disso, Rabelo fez questão de reiterar que todas as exchanges em território nacional prestam contas para a COAF, a Receita Federal e tantos outros agentes de controle. O CEO do Mercado Bitcoin disse que, se não for por “falta de competência de sua assessoria jurídica”, “é apenas uma fala leviana para ludibriar o leitor”.

Por outro lado, a ideia de “tokenizar” digitalmente bens materiais têm enchido os olhos da B3: trata-se de uma maneira de comprovar, de maneira irrefutável, que determinado item é, de fato, seu. O CEO disse que isso é “algo que a B3 tem que olhar”.

Volume

Durante a escrita deste artigo (4), a B3 registrou cerca de US$ 72.4 bilhões em negociação de commodities e aproximadamente US$ 197.7 bilhões em minicontratos. Já o mercado de criptoativos possui capitalização de mercado (market cap) de US$ 2,73 trilhões, tendo negociado US$ 134.2 bilhões nas últimas 24 horas, o que representa um aumento de 0.96% com relação ao dia anterior.

A maior exchange em volume negociado é a Binance, com volume negociado nas últimas 24 horas de aproximadamente US$ 38.15 bilhões, 78% maior que o da segunda colocada, Coinbase (US$ 8.4 bilhões).

Mercado Bitcoin encontra-se em 86o lugar em volume negociado global. Informações extraídas do CoinMarketCap.

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.