Movimento em prol das criptomoedas ultrapassa 100 dias na Índia

Contando cada vez mais com o apoio da comunidade, a campanha possui mais de 3 meses

O cenário não está favorável para as criptomoedas da Índia, onde os ativos sofrem cada vez mais repressão por parte das autoridades.

Observando a situação, os entusiastas criaram uma campanha de mídia social para promover a regulamentação positiva do setor, movimento com mais de 3 meses que conta cada vez mais com o apoio da comunidade. Apesar da restrição imposta pelo RBI (Banco de Reserva da Índia), as exchanges locais relatam grandes volumes de negociação e otimismo quanto a um futuro regulamento.

Nesta sexta-feira, 8 de fevereiro, o movimento atinge a marca de 100 dias de campanha no twitter.

Nischal Shetty, CEO da exchange de criptomoedas Wazirx, iniciou a campanha no dia 31 de outubro de 2018, data que coincidiu com o décimo aniversário do documento oficial de Satoshi Nakamoto.

Todos os dias Shetty envia um tweet aos legisladores pedindo a introdução de uma regulamentação positiva no país, utilizando hashtags como “Isupportcrypto” e “Indiawantscrypto”.

“Todos os dias há centenas de retweets e curtidas e milhares de visualizações”, disse Shetty ao news.Bitcoin.com

Com a popularização do movimento, o CEO começou a compartilhar as estatísticas registradas. De acordo com ele, os 99 tweets realizados até o dia 7 de fevereiro geraram 1,48 milhões de impressões, resultando em um total de 57.374 interações de usuários, como curtidas, respostas e retweets.

Segundo Shetty, com a restrição bancária, era conveniente destacar a importância da adoção das criptomoedas no país.

“Para fazer tal coisa, educar o governo e as massas é um primeiro passo. O objetivo desta campanha é disseminar a conscientização para que nosso governo dê o passo certo em direção aos criptoativos.”

Os tweets do CEO começaram com mensagens como “Por favor, traga regulamentações positivas para moedas digitais e mais de 5 milhões de cripto indianos serão gratos a você. A juventude da Índia encontrou uma nova maneira de gerar riqueza e isso é especialmente importante quando não há empregos suficientes para todos.” Entre os alvos das postagens estão Arun Jaitley, Ministro das Finanças e Assuntos Corporativos, e Narendra Modi, Primeiro-Ministro da Índia.

De acordo com um relatório de desempenho publicado pela Wazirx em 6 de fevereiro, a plataforma alcançou um volume consistente de 50 Bitcoins no volume diário de transações. Anteriormente a exchange afirmou que “dentro de 6 meses do lançamento de P2P, nó ultrapassamos Rs. 100 crores (aproximadamente US$14 milhões) em transações”.

Outra plataforma local que está crescendo é a Instashift, cujo volume de negociações “está aumentando a cada dia lentamente com muita atividade de compra e venda”, disse Jacob Mani, diretor de marketing.

“Nas últimas duas semanas, houve dois dias em que (o número de) vendedores era superior ao de compradores. Portanto, há uma atividade de mercado promissora na Índia.”, acrescentou.

Atualmente a Instashift opera em 45 países, incluindo a Índia.

Buscando aumentar o volume de negociações, algumas exchanges passaram a bonificar os usuários por depósitos fiduciários, como a PocketBits, que está oferecendo 0,25% de bônus.

Boas vibrações

Muitos entusiastas locais acreditam que o governo acabará introduzindo regulamentações favoráveis às criptomoedas.

Em janeiro, o Ministério das Finanças convidou a grande firma de advocacia Nishith Desai Associates para apresentar sugestões para as novas leis.

Visto que o escritório “conseguiu um bom espaço para apresentar o caso”, Jacob Mani acredita que algo bom poderá vir da Suprema Corte.

Desde que o RBI emitiu uma circular proibindo instituições financeiras de oferecer serviços a clientes que possuam alguma relação com criptomoedas, várias exchanges lançaram serviços P2P, que rapidamente se popularizaram no país.

A Suprema Corte indiana está se preparando para ouvir as petições contra a proibição dos ativos no final de fevereiro. Em paralelo, o comitê liderado por Subhash Chandra Garg, secretário do Departamento de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda, está declaradamente na fase inicial de elaboração de uma regulamentação para o setor.

FONTE: NEWS.BITCOIN.COM

Foto de Beatriz Orlandeli
Foto de Beatriz Orlandeli O autor:

Simpatizante das criptomoedas, após cursar Arquitetura e Urbanismo, reavivou um antigo gosto pela escrita e atualmente trabalha como redatora do WeBitcoin.