Opinião: As vantagens da tecnologia blockchain nos smartphones

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Como a tecnologia blockchain pode entrar nos aparelhos móveis? Imagem: Buscapé

Acredite: redes descentralizadas e distribuídas podem mudar para a sempre a forma como você usa seu aparelho

Blockchain no mundo mobile

Qualquer perito em segurança minimamente concordará: smartphones, em linhas gerais, não são seguros. Mesmo que você faça uso de bons softwares de segurança, ainda é um terreno muito mais espinhoso que o de sistemas operacionais para computadores, por exemplo.

A Agência Brasil publicou um artigo muito interessante a respeito do impacto das tecnologias móveis em operações bancárias: houve um aumento de 66% na abertura de contas digitais em relação a 2020. O mesmo vale para os usuários de carteiras de criptomoedas via smartphone, segundo informações da Absolute Reports.  

Transferir fundos por meio do smartphone, entretanto, ainda não é algo tão seguro como deveria ser; contudo, tecnologias blockchain podem reduzir drasticamente as preocupações dos usuários.

Veja de que forma a blockchain pode melhorar a vida dos usuários mobile:

Interoperabilidade

Enquanto muitas blockchains não são capazes de comunicar-se com outros ecossistemas, certos projetos conseguem trocar informações com maior facilidade. Um bom exemplo é a Chainlink (LINK), que possibilita a comunicação entre ecossistemas distintos.

Tempos atrás, algo assim seria impensável; afinal, devido a questões técnicas, ecossistemas distintos não eram capazes de tal feito. Contudo, a evolução das tecnologias emergentes pode garantir a interoperabilidade necessária para burlar as barreiras existentes.

Velocidade

Grande parte das blockchains em execução é mais lenta que os sistemas convencionais para realizar transações. Entretanto, existem redes promissoras que podem acabar com esse problema definitivamente.

A Waves Platform (WAVES), por exemplo, é capaz de executar até 47.000 transações por segundo (TPS). A Fantom (FTM) é capaz de executar até 25.000 TPS e a Solana (SOL), defeitos à parte, é capaz de executar até 50.000 TPS.

Com isso, algumas blockchains estão chegando perto de empresas financeiras tradicionais, a exemplo da Visa (65.000 TPS).

Segurança

Um smartphone com mau funcionamento, ou mesmo que possua um sistema operacional contendo falhas graves de segurança, pode ser facilmente invadido por um hacker; por outro lado, se os dados estiverem armazenados em blockchain, poderão ser protegidos dos criminosos.

Confiabilidade e imutabilidade dos dados são dois pilares das tecnologias descentralizadas e distribuídas.

Transparência

Tanto as operadoras como as desenvolvedoras de sistemas operacionais mobile trabalham por meio de iniciativas extremamente invasivas. Tudo o que você fala, por exemplo, é registrado pelo aparelho e repassado às empresas; por meio de seus hábitos, o aplicativo sabe quem – ou o que – lhe interessa.

Por outro lado, softwares blockchain podem ser realmente privativos, garantindo que você compartilhe apenas os dados que desejar para os mais variados fins.

Conclusão

É importante deixar claro que todo o conteúdo apontado neste texto ainda está longe de ser uma realidade de mercado. Os usuários ainda são reféns de pesada espionagem corporativa, baixa segurança e pouca concorrência.

Mas do que seria a tecnologia blockchain sem a discussão sobre suas particularidades e possibilidades de implementação? É apenas questão de tempo até que os smartphones recebam suas primeiras aplicações descentralizadas de peso.

Privacidade, segurança e transparência são três pontos fundamentais, porém ignorados, pelas grandes empresas. Está na hora de os desenvolvedores blockchain mudarem isso – sobretudo com o advento do 5G, que garante uma infraestrutura ainda mais interessante e promissora para seu crescimento.

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.