Elon Musk nega que fundador da FTX tenha US$ 100 milhões em ações do Twitter

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Business Insider usou como base artigo do Semafor para sua matéria; Musk negou as informações e criticou o portal. Imagem: Reprodução

Um famoso analista de riscos aproveitou o ensejo para criticar a falta de credibilidade do Business Insider

“Não temos nada com a FTX!”

O Business Insider publicou um artigo no qual afirma que Sam Bankman-Fried, fundador da exchange FTX, seria dono de US$ 100 milhões em ações do Twitter, uma das empresas de Elon Musk. Contudo, o magnata desmentiu imediatamente a afirmação do portal:

“Falso. Além disso, Business (Insider) não é uma publicação de verdade. Apenas desistam.”

Antes do comentário de Musk, o título do artigo era: “Sam Bankman-Fried supostamente possui US$ 100 milhões em ações do Twitter de Elon Musk”. Pouco depois da repercussão, o portal atualizou a manchete: “Sam Bankman-Fried possuía uma participação de US$ 100 milhões no Twitter de Elon Musk. Musk diz que isso é mentira”.

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Conflito de interesses?

O Business Insider fez uso de um artigo escrito por Liz Hoffman, do Semafor, que mencionou sobre a possibilidade de Bankman-Fried investir no Twitter. Musk disse que o fundador da FTX era, na verdade, investidor da Semafor; Bem Smith, editor-chefe do portal, confirmou a informação.

Smith compartilhou um print, supostamente associado a Bankman-Fried e Musk, no qual Musk teria dito que o investimento seria “bem-vindo”. Isso é diferente, obviamente, de uma confirmação de compra.

Em resposta a Smith, Musk disparou:

“Todos os acionistas do Twitter foram autorizados a transferir seus ativos para o Twitter como empresa privada, mas ele não o fez. Seu relatório fez soar falsamente como ele, quando na verdade possui 0%. Pela última vez: quanto de sua empresa o SBF tem? Pare de fugir da pergunta.”

Um documento regulatório, publicado em maio deste ano, listou 18 empresas que se comprometeram a investir no Twitter privado de Musk; FTX e Bankman-Fried não fazem parte dessa lista.

Falta de credibilidade

Nassim Nicholas Taleb, especialista em análise de riscos, responsável pela criação de conceitos como Cisne Negro e Antifrágil e ganhador do prêmio Nobel de Economia, fez um duro comentário à publicação:

“Jornalismo de má qualidade de primeira ordem: Business Insider “abertamente” não se importa com nenhuma representação remotamente fiel da realidade. Eles precisam de uma desculpa para obter o seu clique. Diário de má qualidade de segunda ordem: viés na representação por meio de escolha seletiva, encontrada na grande mídia.”

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.