Líder da Unick tem mandado de prisão confirmado

O juiz do tribunal afirma que Fernando Lusvarghi, da Unick Forex, era um membro proeminente da empresa e, portanto, o mandado contra ele permanece

O diretor jurídico da Unick Forex, Fernando Lusvarghi, foi um dos nomes entre outros 64 em mandados de prisão emitidos no início deste mês. A ação policial que se seguiu contra os líderes da Unick Forex, conhecida como Operação Lamanai, ocorreu em várias cidades brasileiras em 17 de outubro. As autoridades prenderam nove indivíduos e apreenderam artigos de luxo de alto valor ao lado de 1.500 Bitcoin. Lusvarghi conseguiu escapar da operação e permanece em liberdade.

A Unick alegou garantir aos investidores lucros de 2% ao dia. Para alcançar esses ganhos absurdos, negociaria criptomoedas e mercados cambiais. A Unick também operou um esquema de referência hierárquica em que os depósitos feitos por novos membros dariam bônus aos mais velhos. De acordo com relatórios da PF, a Unick chegou a captar R$ 40 milhões por dia, e chegou a movimentar aproximadamente R$ 9 bilhões.

“Ela operava em aproximadamente 14 países. É uma organização criminosa muito bem estruturada e de grande porte”, disse Alexandre Isbarrola, superintendente da Polícia Federal do RS.”

Lusvarghi luta contra o mandado de prisão há mais de uma semana. Lusvarghi anteriormente arquivou habeas corpus e diz que está disposto a comparecer às autoridades – desde que o pedido de sua prisão seja revogado.

As autoridades começaram sua investigação contra a Unick Forex em janeiro deste ano. Os clientes teriam sido atraídos para a plataforma com a promessa de um ROI de 100% em apenas seis meses. A empresa também usou celebridades locais populares – como a cantora Simony – para incentivar o investimento no esquema.

A Comissão de Valores Mobiliários do Brasil, CVM, fez várias tentativas ao longo do ano para convencer a Unick Forex a interromper as operações. Em abril, o regulador entrou com um processo contra a empresa por emitir uma garantia ilegal. Mais tarde, uma ordem de parada contra ela foi completamente ignorada, forçando a recente ação policial.

Conforme decisão publicada na semana passada, o juiz Leandro Paulsen confirmou o mandado de prisão – declarando que Lusvarghi era um membro adequadamente proeminente não apenas da Unick Forex, mas de outras empresas afiliadas à plataforma fraudulenta de investimentos. O juiz observou que o especialista jurídico era o presidente da SA Capital, uma empresa que atuava como “garantidora” das operações da Unick. Segundo informações, Lusvarghi também transferiu a maior parte de seus bens para outras pessoas, incluindo sua esposa recentemente.

“O investigado possui direta relação com a intrincada rede de empresas e atividades estruturada para as supostas práticas delitivas, ainda não integralmente conhecida pela Polícia Federal, do que se depreende a existência de risco concreto de que possa a vir a ocultar documentos ou outras elementos de prova caso permaneça em liberdade após a deflagração da operação policial”. Disse Paulsen.

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Foto de Bruno Lugarini O autor:

Estudante de Sistema da Informação, técnico de informática, apaixonado por tecnologia, entusiasta das criptomoedas e Nerd.