Jerome Powell quer entrar nas criptos e DeFi, mas com muita cautela, sendo algo para ser concretizado em futuro que esta muito distante

O presidente do Federal Reserve dos EUA, Jerome Powell, pediu aos legisladores que sejam cautelosos ao regular as Finanças Descentralizadas (DeFi), enquanto falava em uma mesa redonda organizada pelo Banco Central na França em 27 de setembro.

Powell disse que a regulamentação deve ser introduzida “com cuidado e ponderação” e que os reguladores devem ser,

… muito cuidado com a forma como as atividades de criptomoeda são realizadas dentro do perímetro regulatório.

Powell foi acompanhado por Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, Agustin Carstens, gerente geral do Bank for International Settlements (BIS), e Ravi Menon, diretor administrativo da Autoridade Monetária de Cingapura (MAS). Os líderes dos Bancos Centrais discutiram como os Bancos Centrais podem enfrentar os desafios de estabilidade financeira impostos pelo DeFi.

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Carstens, do BIS, disse que o DeFi tem “problemas estruturais” e “fraquezas intrínsecas”, mas isso não significa que “a tecnologia que está por trás do DeFi não seja útil”. Portanto, os reguladores precisam encontrar maneiras de “fazer bom uso deles”.

Concordando com Carstens, Powell disse que existem “questões muito significativas em torno da falta de transparência” no ecossistema DeFi.

Atualmente, os vínculos e a interação entre o DeFi e o sistema financeiro tradicional são limitados, disse Powell. Portanto, o inverno das criptomoedas e DeFi em andamento não teve “efeitos significativos no sistema bancário tradicional e na estabilidade financeira mais ampla”.

Ele completou:

Acho que demonstra as fraquezas e o trabalho que precisa ser feito em torno da regulamentação, com cuidado e ponderação, e nos dá um pouco de tempo.

De acordo com Powell, no futuro, os mercados de criptomoedas crescerão o suficiente para atrapalhar a estabilidade do mercado financeiro, e é por isso que “há uma necessidade real de regulamentações mais apropriadas”. A abordagem cautelosa de Powell está alinhada com o governador da Califórnia, Gavin Newsom, que vetou um projeto de lei na semana passada, afirmando que a regulamentação de criptomoedas precisa ser “mais flexível” e não pode ser “prematura”.

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Powell disse que o Federal Reserve favorece a “inovação responsável”, inclusive em produtos relacionados a criptomoedas. O serviço FedNow, por exemplo, deve ser lançado em um ano, disse Powell. O FedNow permitirá pagamentos em tempo real por meio de Bancos.

Ele adicionou que:

O ponto principal da regulamentação, é claro, é criar condições equitativas que nos permitam colher os benefícios da verdadeira inovação, evitando as armadilhas das evasões regulatórias.

De acordo com Powell, a abordagem para regular as criptomoedas deve ser ‘mesmo risco, mesma regulamentação’. Como muitas atividades de criptomoedas se assemelham as atividades financeiras tradicionais e apresentam o mesmo risco, elas devem ser regulamentadas da mesma forma, disse ele.

Mas, quando se trata de regular novas atividades de criptomoedas – como substituir intermediários por contratos inteligentes – que representam novos riscos, Powell disse que há:

… muito trabalho e muito pensamento a ser feito para determinar quais práticas são aceitáveis, quais são falhas ou predatórias.

Powell admitiu que a tecnologia por trás do DeFi tem o potencial de trazer “melhorias e eficiência” ao sistema financeiro. No entanto, ele disse que muitas das eficiências prometidas são superficiais, obtidas evitando a conformidade regulatória ou ignorando os riscos.

Menon e Lagarde disseram que consideram as stablecoins diferentes de ativos criptos tradicionais como o Bitcoin e as consideram “promissoras”. No entanto, Powell disse:

O Banco Central é e sempre será a principal fonte de confiança por trás do dinheiro. As stablecoins essencialmente emprestam essa confiança do emissor subjacente, em muitos casos o dólar americano.

Powell continuou dizendo que os EUA não têm pressa em emitir uma moeda digital do Banco Central (CBDC). De acordo com Powell, o Federal Reserve trabalhará com o Congresso e o Poder Executivo – cujas aprovações são necessárias para emitir uma CBDC – pelos próximos dois anos e construindo a confiança do público.

Estamos analisando isso com muito cuidado, avaliando tanto as questões de política quanto as questões de tecnologia e estamos fazendo isso com um escopo muito amplo.