Um pé e meio no mainstream: criptomoedas e o cinema

Criptomoedas estão ganhando espaço no mainstream

Domingo a noite. Estou escolhendo um filme para assistir e considerar o dia como encerrado. Resolvi dar uma chance ao segundo filme de uma franquia de terror da qual eu já não tinha gostado muito do primeiro título, mas bem, eu estava sem ideias.

Coloquei “Unfriended: Dark Web” e comecei a assistir. A temática do filme é até interessante, ela é toda focada na tela do computador do protagonista – ou seja, é como se você estivesse mexendo em um computador. Você vê o rosto dos personagens por meio da videoconferência que eles estão realizando no Skype. O filme aborda diversas plataformas conhecidas de quem navega na internet, como Facebook, Skype, Spotify, Gmail, dentre outras.

Basicamente, esse filme é sobre um cara que virou alvo de um grupo da Dark Web. Conforme o filme começa a mostrar todas as plataformas acima mencionadas, algo surreal acontece.

Após uma transferência de 10 milhões de dólares, o protagonista acessa um arquivo em seu computador chamado “Conta”. Então, deparamo-nos com um lugar muito conhecido:

Webitcoin: Um pé e meio no mainstream: criptomoedas e o cinema

Acho que essa foi a primeira vez em que eu vi algo relacionado à cripto esfera tratado com precisão e atenção no cinema. Sim, essa é a carteira Blockchain.info. Tendo em vista que o filme é de meados de 2018, é muito provável que a cripto febre experienciada no fim de 2017 tenha influenciado a decisão de colocar criptomoedas e Dark Web lado a lado.

No filme, a abreviação de Bitcoin é “XBT”, mas tudo bem. O mergulho no cripto universo é ainda mais profundo.

Em um determinado momento, o protagonista move o dinheiro para outra carteira (criada por ele durante o filme) e descobre que estava sendo monitorado. Ele então precisa prestar explicações para as pessoas que estavam monitorando o fluxo de fundos da carteira na qual os US$10 milhões foram depositados. A justificativa é:

Webitcoin: Um pé e meio no mainstream: criptomoedas e o cinema

“- Por que você zerou sua conta?
– Estou trocando Bitcoin por Ethereum.
– Por que?
– A taxa de câmbio é melhor. Recebe uma dica.”

Sim, eles reconhecem a existência de mais criptomoedas. Embora os personagens do filme não expliquem com riqueza de detalhes o que são criptomoedas, para quem conhece, parece algo fluido. Inclusive é feita uma conversão durante o filme, na qual o Bitcoin estava valendo US$600 dólares.

Uma retratação como esta mostra que, de forma geral, o reconhecimento das criptomoedas está aumentando, ainda que seja um meio termo – nem tão superficial, nem tão aprofundado. Inclusive, um dos personagens do filme diz:

“Isso é criptomoeda. Sem intermediários, sem bancos.”

Sinais como esse mostram que as criptomoedas estão atingindo o mainstream. É um sinal ainda mais forte se considerarmos que 2018 foi um ano de baixa para o cripto mercado e, mesmo assim, optou-se por dar atenção às criptomoedas.

Filme próprio

Além de menções no mainstream, em junho do ano passado foi noticiado que um filme focado em criptomoedas ganhará vida.

Segundo o Hollywood Reporter, “Crypto” focará na lavagem de ativos virtuais e terá estrelas no filme, vindas de séries como Westworld e Mad Men.

Por mais que as criptomoedas não tenham tomado por completo o sistema financeiro tradicional, é possível dizer que elas estão com os dois pés em Hollywood.